As bombas israelenses pulverizam o sistema educacional de Gaza e o futuro de uma sociedade onde não havia analfabetismo

IHU

Em meados de outubro, Shaima Saidam morreu enterrada nos escombros da sua casa no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza. Em julho, esta jovem obteve o melhor resultado de toda a Palestina no tawjihi, um exame difícil que equivale à seletividade, 99,6%. Sua casa estava repleta de comemorações e vizinhos e amigos que vieram parabenizá-la. “Nunca parei de estudar, nem mesmo durante as ofensivas israelenses”, disse então a menina à imprensa local. Semanas após a morte de Saidam, uma bomba israelense matou Sufyan Tayhem, reitor da Universidade Islâmica e renomado cientista na área de física e matemática aplicada.

A reportagem é de Beatriz Lecumberri, publicada por El País, 10-12-2023.

Nestes dias, o poeta palestino e professor de literatura inglesa na mesma universidade, Refaat Alareer, morreu num ataque junto com familiares. “Se devo morrer, que isso traga esperança”, escreveu ele em alguns versos no início da guerra. Na semana passada, quando se conseguiu uma pausa nos ataques de troca de reféns israelenses detidos pelo movimento islâmico Hamas por prisioneiros palestinos, os habitantes de Gaza também descobriram que a maior a biblioteca pública foi bombardeada e eles interpretaram isso como uma “tentativa deliberada de destruir livros e documentos históricos”.

Apesar do bloqueio israelense à Faixa, em vigor desde 2007, e da pobreza que marca a vida dos habitantes de Gaza, os avanços na educação neste território são surpreendentes. De acordo com dados da UNESCO publicados por organizações oficiais palestinas, 2% da população da Faixa com mais de 15 anos é analfabeta, uma das percentagens mais baixas do mundo árabe. Por exemplo, no Líbano chega a 4%, no Iraque ultrapassa 14% e no Egito 28%.

A integra da reportagem pode ser lida aqui.

Foto: Mahmud Hams/ AFP, no Brasil de Fato

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